terça-feira, 22 de junho de 2010

Da lei a justiça

Ao chegar a Delegacia para dar seu depoimento, o pai de Marcos, senhor José Alves, entra pela porta e se senta naturalmente na cadeira em que já estivera preparada para ele, dava de ser visto o nervosismo e a vergonha de estar ali apenas em seus olhos, que brilhavam como se fosse cair em lágrimas; então, naquela pequena sala, estavam reunidos, dois policiais na porta, um delegado de aparência não muito velha e o seu advogado em que o estado se encarregou de indicar.

O advogado começou:

– Senhor delegado. O meu cliente é um homem honesto, trabalhador e que em hipótese alguma...

– Com toda licença, eu preciso do depoimento diretamente do seu cliente, deixando isso bem claro.

O advogado do senhor José olhou diretamente para ele, entortando um pouco a boca numa forma séria, ele virou-se em sua cadeira e cochichou em sigilo com ele.

– O senhor não é obrigado Seu José, mas, ajudaria bastante na sua inocência conversar diretamente com quem está cuidando do caso.

Ouve um pequeno momento de silencio até que o pai de Marcos tirou a mascara de homem calmo e se irritou, dando início direto ao seu depoimento.

– Seu delegado, sou um bom pai de família, possuo dois empregos e deixo minha esposa cuidando de meus filhos. Jamais roubei ou me droguei, nunca dei motivos para os meus filhos não se orgulharem de mim; sou um homem que desde pequeno já trabalhava, com poucos estudos vim pra cidade grande e tentei a vida aqui, foi aí que conheci minha esposa, tivemos três filhos em que o Marcos é o do meio, contando minhas filhas, uma mais velha e a outra recém-nascida; sou humilde sim, mas, jamais fiz nada de errado. No dia do roubo, a casa do amigo do meu filho, eu cheguei mais cedo do serviço, aproveitei pra dormir um pouco, minha esposa está de prova se o senhor quiser ter a certeza. Naquele dia, quando fomos jantar, eu me sentei à mesa e perguntei a meus filhos como foi o dia deles, Marcos meu filho, contou sobre a casa de seu amiguinho, que no caso era muito bem de vida. Vou ser sincero com o senhor, seu delegado, eu não gosto que meus filhos andem com amigos muito bem de vida, senão, sempre depois eles vêm me perguntar, porque o amigo tem isso e eles não têm; sabe o senhor não deve entender, mas, é difícil eu ter de conseguir pagar tudo e ainda com o que sobra, geralmente, tenho que gastar com remédios, contas para pagar, emergências familiares. Por isso, eu peço encarecidamente, que pelo meu esforço, pelo duro que eu dou, pelo suor que eu gasto para trazer comida para meus filhos, que o Senhor não me culpe por um ato que eu não cometi; posso ser pobre e humilde, mas ladrão eu não sou.

Todos ali presentes se assustaram com a verdade e ficaram em completo silêncio assimilando tudo que ouviram. O silêncio foi rompido então, pelo Advogado que mudou sua feição num belo sorriso de vitória.

– Peço que retire o meu cliente da sua lista de suspeitos, também que o senhor não tem nenhuma prova para culpá-lo e acho que tudo que foi ouvido nessa sala não ficou nada teatral, até porque deveria ser um ótimo ator para conseguir ser tão verdadeiro; devo ter a certeza de que o senhor irá chamar um álibi real dele, para conferir a versão que aqui foi dada. Há mais alguma dúvida em relação ao meu cliente?

– Não, não há mais nada, por enquanto...

– Então, por enquanto o meu cliente está livre e sem qualquer problema, podendo voltar ao trabalho e a sua vida normal. Está certo?

Dava para ouvir o sarcasmo nas palavras do advogado.

– Não vejo problema algum nisso, muito obrigado por terem vindo e principalmente ao senhor seu José, por ter sido tão simples e verdadeiro com suas palavras, espero não vê-lo mais por aqui.

Fim.

PS: Percebi que estava incompleto, sem um final, e resolvi acrescentar uma parte extra, a escolha do título foi dado entre a lei que trouxe o advogado a proteger o cliente e a justiça por ser feita em relação ao depoimento.

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